segunda-feira, 24 de março de 2014

9º Ano - Artes - 26 / 03 / 2014

Século XX no Brasil: Uma nova arte brasileira


Cartaz da Semana de Arte Moderna, 1922


Semana de Arte Moderna – Um dos principais eventos da história da arte no Brasil

Semana de Arte Moderna – Um dos principais eventos da história da arte no Brasil
( de 13 a 18 de fevereiro de 1922)

Os artistas expressaram seus posicionamentos ideológicos por meio de suas criações, seja na pintura, música, escultura, literatura, entre outras formas de arte.


Lasar Segall

            Lasar Segal nasceu em 21 de julho de 1891, na cidade de Vilna, capital da Lituânia. Faleceu em 2 de agosto de 1957 na cidade de São Paulo, deixando um vasto acervo que enfatiza não somente a beleza, mas sobretudo a miséria que presenciara durante toda sua jornada. Para Segal a pintura estática não lhe satisfazia, haja vista que nela era preciso fazer algumas distorções de modo a retratar a realidade – propósito esse que o levou a aproximar-se do Expressionismo. Depois de rápida estada na Holanda, partiu para o Brasil, onde organizou duas exposições: uma em São Paulo e outra em Campinas.
         Mais que um pintor, considerado também como um verdadeiro sociólogo, Lasar Segal tinha obsessão pelo ser humano e, por meio dos pincéis, retratou os problemas brasileiros, revelados por cenas familiares, dando ênfase ao interior pobre das casas, bem como aos rostos sofridos de seus habitantes. Cenas essas que retratavam o conformismo de uma sociedade considerada imutável.
Assim sendo, utilizava em suas obras não somente óleo sobre tela, mas também processos de gravura que aprendera na Rússia, tais como a litogravura e a zincografia, os quais conferiam à sua arte um caráter puramente versátil.
           Atingido por um ataque fulminante, veio a falecer. Contudo, sua vasta obra permaneceu viva, por meio de um acervo com 2500 obras, local onde funciona uma Biblioteca organizada por sua mulher – escritora e tradutora.
  


  



Para saber mais clique: Museu Lasar Segall

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Anita Malfatti

              Anita Catarina Malfatti nasceu em 2 de dezembro de 1889, em São Paulo. Filha de Samuel Malfatti e de Elisabete, era pintora, desenhista e falava vários idiomas, o que lhe rendia uma habilidade cultural vasta. 
             Chegando a Berlim, em setembro de 1910, começou a tomar aulas particulares no ateliê de Fritz Burger, matriculando-se um ano depois na Academia Real de Belas-Artes. Em 1916 retornou ao Brasil, já com 27 anos, disposta a expressar toda sua arte, especialmente voltada para o Expressionismo. 
            Assim, por meio de influências de seus amigos modernistas, em especial por Di Cavalcanti, Anita decidiu locar uma das dependências do Mappin Stores e realizar uma única apresentação de seus trabalhos, em 12 de dezembro de 1917. 
          O que não sabia era que o destino, de forma irônica, lhe reservara um grande infortúnio. Monteiro Lobato, por meio de seu artigo Paranoia ou mistificação, criticou a duras penas o trabalho da artista. Tal intento não era destinado a ela em especial, mas aos modernistas propriamente ditos. O fato lhe abalou profundamente e a fez carregar pelo resto de sua vida um sentimento de total descontentamento frente às coisas que a rodeavam. Seu primeiro instinto foi o de abandonar de vez a arte, contudo passou a tomar aulas com o mestre Pedro Alexandrino, fato que lhes concedeu uma proveitosa e duradoura amizade.
         Motivada por amigos, resolveu participar da Semana de Arte Moderna de 1922 e, no ano seguinte, viajou para Paris, munida de uma bolsa de estudos, onde encontrou Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Vitor Brecheret e Di Cavalcanti. Retornou depois de algum tempo ao solo brasileiro, já com a confiança recuperada, no entanto não estava mais disposta em se aventurar em novas “investidas culturais”.  
         Anita veio a falecer em 6 de novembro de 1964 em Diadema, estado de São Paulo, local em que morava com sua irmã Georgina, em uma chácara.  


  

Mario de Andrade                                     Fernanda de Castro


 MulherdoPará(nobalcão).1927.óleostela.80x65.Col.JennerAugustoSilveira.Salvador.
Chanson de Montmartre                              Mulher do Pará

  

O homem amarelo                       Mulher de cabelos verdes


 

O Japonês                                   A Boba

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Di Cavalcanti


          Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, filho de Frederico Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Rosalia de Sena, nasceu em 1897, no Rio de Janeiro, e faleceu em 1976 naquela mesma cidade. Seu talento artístico começara em 1908, em São Cristóvão, bairro de classe média para o qual a família se mudara.
         Anos mais tarde, em 1914, iniciou sua carreira de caricaturista. Em 1916, matriculou-se na escola Livre de Direito, mudando-se para São Paulo e levando consigo uma carta de Olavo Bilac para o jornalista Nestor Rangel Pestana, crítico de arte do Estadão. Com isso, empregou-se como arquivista no jornal O Estado de São Paulo.
         Di Cavalcanti foi um dos idealizadores da Semana de Arte Moderna, participando da criação dos catálogos e dos programas, além de ter exposto doze pinturas. Entre sua vasta obra, podemos citar:
Viagem da Minha Vida – O Testamento da Alvorada (1955) e Reminiscências Líricas de um Perfeito Carioca (1964).
         Ilustrou numerosos livros, entre os quais: Carnaval, de Manuel Bandeira, 1919; Losango Cáqui, de Mario de Andrade, 1926; A Noite na Taverna e Macário, de Alvares de Azevedo, 1941; etc.
Executou murais em Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo e editou álbuns de gravuras, tais como Lapa, xilogravuras, 1956; Cinco Serigrafias, 1969 e Sete Flores, com texto de Carlos Drummond de Andrade, 1969.

 

Nascimento de Vênus                                            Cinco moças de Guaratinguetá


 

Mulheres na janela                                                 Pierret


    

Aldeia de Pescadores                                 Auto Retrato

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Tarsila do Amaral

Tarsila do Amaral nasceu em Capivari, no estado de São Paulo, em 1886 e faleceu em 1973, na cidade de São Paulo. Em 1916 começou sua vida artística por acaso, quando aprendeu modelagem com Zadig e Mantovani. No ano seguinte, motivada por grande interesse pela pintura, Tarsila começou a ter aulas com Pedro Alexandrino e, em 1920, viajou para Paris, onde se matriculou na Academia Julian. Retornou a São Paulo em 1922, sob um clima de mudança artística e cultural. Mediante seu reencontro com Anita, resolveram se juntar a Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti del Picchia e fundar o chamado grupo dos cinco, procurando manter viva a intenção proposta pela Semana de 22.  
No final da década de 1920, Tarsila criou os movimentos Pau-brasil e Antropofágico, ambos defendendo a ideia de que o artista deveria sim conhecer bem a arte europeia, contudo deveria criar uma estética genuinamente brasileira. 
Ainda em 1923 retornou à Europa, onde manteve contato com diferentes artistas ligados ao movimento modernista europeu. No ano de 1926, casou-se com Oswald de Andrade, vindo a se separar em 1930. Entre 1920 e 1930 pintou suas obras de maior valor cultural, as quais lhe conceberam grande reconhecimento no mundo das artes: Abaporu (1928) e Operários (1933). Entre os elementos que refletiram em sua temática artística podemos citar o uso de cores vivas, a abordagem de temas sociais e cotidianos e paisagens brasileiras, o uso de formas geométricas (influência cubista) e uso de uma estética considerada fora do padrão (influência surrealista na fase antropofágica).
Veio a falecer em 1973, em São Paulo, deixando uma vastíssima obra que lhe concedeu o título de uma das maiores figuras artísticas brasileiras de todos os tempos.

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Vitor Brecheret

             Ao contrário do que muitos pensam, o escultor e artista plástico Victor Brecheret não nasceu na Itália, e sim em São Paulo, como pode ser confirmado pela certidão de nascimento que se encontra no site da Fundação Brecheret, de responsabilidade de sua filha Sandra Brecheret. Ele nasceu no dia 22 de fevereiro de 1894, no Jardim América, em São Paulo. 
                Embora marcada de início pela influência européia, grande parte da obra escultórica de Brecheret, que indicou rumos básicos à formulação do modernismo brasileiro, sempre denotou componentes nacionalistas.
                Brecheret iniciou sua formação artística em 1912, estudando desenho, modelagem e entalhe em madeira no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo.
Quando retorna a São Paulo, em 1919, é um escultor com amplo domínio técnico. Instala seu ateliê no Palácio das Indústrias, em sala cedida por Ramos de Azevedo (1851-1928). É descoberto pelos modernistas Di Cavalcanti (1897-1976), Hélios Seelinger (1878-1965), Menotti Del Picchia (1892-1988), Mário de Andrade (1893-1945) e Oswald de Andrade (1890-1954), que passam a divulgar sua obra.
As esculturas “Ídolo” e “Eva” (ambas de 1919) apresentam um tratamento naturalista da anatomia e uma contida dramaticidade, que se expressa por meio de torções do corpo e de volumes trabalhados em luz e sombras acentuadas. A obra Eva encontra-se atualmente instalado no vale do Anhangabaú. O escritor e crítico Mário de Andrade denomina esse período da obra de Brecheret (em oposição à época posterior, em Paris) de fase de sombras, na qual estas sempre se valorizam mais do que a luz.
Monumento às bandeirasEm 1920, por encomenda do governo paulista, concebeu sua obra mais grandiosa, o “Monumento às bandeiras” , no qual evoca a saga dos bandeirantes na conquista de novas terras. Mas somente em 1936 tal projeto passou à realidade, num bloco de granito de cinqüenta metros de comprimento, 16 de largura e dez de altura, no qual foram esculpidas 37 figuras de grande expressividade, e só em 1953 o monumento pôde ser inaugurado, no parque Ibirapuera.




   

Monumento às Bandeiras ( sob dois ângulos)


                                  Ficheiro:Victor Brecheret - Graça 01.JPG

              Tocador de Guitarra                                          Graça


                                                 Duque de Caxias  

                              Drama Marajoara ou Drama Amazônico



                              Índio e a Suassuapara

                                               Índio e a Suassuapara


Para saber mais, clique: Vitor Brecheret

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Vicente do Rego Monteiro


Nasceu em Recife, em 1899. É um artista múltiplo: pintor, desenhista, muralista, escultor e poeta. Freqüentou a Academia Julian em Paris, de 1911 a 1914, voltando ao Brasil para morar no Rio de Janeiro. Em 1920 expôs algumas obras em São Paulo, conhecendo o grupo de modernistas da cidade e abrindo caminho para a exposição de oito obras suas na Semana de Arte Moderna de 1922, enfatizando temas nacionais. Em 1932, fixaria residência no Recife, alternando períodos no Brasil e na França até 1950. Sua pintura é marcada pela sinuosidade e sensualidade. Contido nas cores e contrastes, as obras do artista nos reportam a um clima místico e metafísico. A temática religiosa é freqüente em sua pintura, chegando a pintar cenas do Novo Testamento, com figuras que, pela densidade e volume, se aproximam da escultura. A obra de Vicente do Rego Monteiro integra importantes acervos de museus brasileiros e europeus.
Fez seu nome na França não apenas como pintor, mas também como poeta. Sofisticado e racional, sua produção era tida em alta conta, a exemplo de Cartomancie, composto de pequenos poemas visuais editados em cartas de baralho. Grande nome do Modernismo, sua pintura elaborada não desprezava o entusiasmo por motivos populares.


Além do talento, Vicente do Rego Monteiro era um homem conhecido pela disposição e alegria de viver. Venceu muitos concursos de dança de salão na Paris dos anos 20. Entre 1969 e 1970 fez várias viagens do Recife ao Rio de Janeiro, dirigindo um Gordini. 
Foi editor, automobilista, dançarino e ainda encontrou tempo para fabricar aguardente em Pernambuco, a famosa Gravatá, citada em Morte e Vida Severina. João Cabral de Melo Neto, lançado por ele na revista Renovação, recusa-se, no poema que leva o nome do artista, a chamá-lo de pintor ou professor. Palavras pobres, segundo ele, que não revelam seu caráter. Vicente é, diz o poeta, um inventor.


  

 Deposição                                                Vendedor de Frutas

  

Uma Bela na Noite                                   O Atirador de Arco

Vicente do Rego Monteiro - Menino e Ovelha  Vicente do Rego Monteiro - Mulher com Violino

Menino e Ovelha                                      Mulher com Violino

Para saber mais, clique: Vicente do Rego Monteiro

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